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#7. Massacre de Suzano

Olá seiters, muito bem-vindos ao episódio desta semana do nosso episódio do Sexta de Seitas. Hoje eu vou contar para vocês o que aconteceu no ataque de dois adolescentes na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano que resultou na morte de 10 pessoas (incluindo os atiradores).


Pra não esquecer já vou logo pedindo para vocês compartilharem esse episódio com os coleguinhas e curtindo o nosso instagram @sextadeseitas. E se você quiser ser um apoiador deste podcast, me ajudando a manter a qualidade e periodicidade, você pode doar qualquer quantia pro nosso projeto la no Catarse e no Padrim, o link estará na descrição desse episódio. Sem mais delongas, vamos ao nosso caso de hoje, eu sou a Shey e este é o Sexta de Seitas.



Era manhã do dia 13 de Março de 2019, na cidade de Suzano, cidade da região metropolitana do estado de São Paulo. Aproximadamente as 09:40 da manhã são disparados os primeiros tiros dentro da escola Professor Raul Brasil. Os atiradores são Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos e Luiz Henrique de Castro de 25 anos, ambos são ex-alunos da escola.


Tudo começou as 9:34h, quando Guilherme Taucci posta fotos na sua rede social usando uma balaclava e fazendo gestos ofensivos segurando uma arma. Poucos minutos depois ele se junto a Luiz Henrique e vão até uma agência locadora de veículos que o tio de Guilherme era dono.


Assassinos alugaram carro em locadora a menos de 2 km de escola em Suzano, na Grande SP

Jorge Antonio Moraes é baleado no rosto e tórax, ele não resistiu aos ferimentos e foi declarado morto no hospital. Os dois jovens roubam um Onix branco da loja e seguem para a escola estadual Raul Brasil que fica apenas duas quadras de distância da locadora, Luiz é quem dirige o carro.


Guilherme e Luiz chegam na escola enquanto ocorria o recreio. Como eram ex-alunos da escola a funcionária da portaria teria reconhecido Guilherme, que tinha abandonado os estudos a dois anos, ele disse a ela que queria retomar os estudos e fazer uma nova matrícula.


Os atiradores, Guilherme e Luiz.

25 segundos depois da entrada de Guilherme, que é seguido por Luiz, as câmeras de segurança mostram os primeiros jovens correndo em direção ao portão de entrada e chegando a pular um muro de mais de 2 metros.


Um primeiro carro de polícia, chamado pelos moradores da região, estava chegando na locadora onde o tio de Guilherme foi baleado. Os policiais viram quando algumas das crianças corriam gritando pela rua chamando por ajuda.


A primeira vítima da escola é a coordenadora Marilena Ferreira Umezu, baleada no saguão de entrada, ela conhecia os dois atiradores. Logo depois Eliana Regina de Oliveira, outra funcionária, também é atingida. As imagens das câmeras de segurança mostram os alunos correndo.


Guilherme corre para dentro da escola e Luiz vem logo atrás, carregando uma besta, um arco e uma mochila com flechas. Com uma machadinha ele ataca as duas primeiras vítimas que estão caídas no chão. Pelos corredores Guilherme faz mais disparos e atinge outros alunos que estão correndo para a saída da escola, Luiz tenta atacar alguns desses alunos mas falha em atingi-los.


Os dois se dirigem ao pátio da escola, mas retornam ao ver que muito alunos conseguiram fugir ou se trancaram dentro das salas de aula. Um dos atiradores sai em direção a rua atrás de alguns alunos, mas volta para dentro da escola quando vê a chegada da polícia. Eles estão encurralados, em um corredor Guilherme atira em Luiz e depois comete suicídio.

Mais de 30 tiros foram disparados. São 10 mortos, incluindo os atiradores, e 11 feridos. Todos esses acontecimentos durou mais ou menos 30 minutos.


 


As vítimas fatais são:


  • Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, comerciante, morto antes da entrada dos assassinos na escola; ele é tio de Guilherme, um dos assassinos

  • Caio Oliveira, 15 anos, estudante

  • Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante

  • Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante

  • Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, agente de organização escolar

  • Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante

  • Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, coordenadora pedagógica

  • Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 16 anos, estudante

Os feridos foram:


  • Adna Isabella Bezerra de Paula, 16 anos, estudante

  • Anderson Carrilho de Brito, 15 anos, estudante

  • Beatriz Gonçalves Fernandes, 15 anos, estudante

  • Guilherme Ramos do Amaral, 14 anos, estudante

  • Jenifer Silva Cavalcanti

  • José Vitor Ramos Lemos, estudante

  • Leonardo Martinez Santos

  • Leonardo Vinicius Santa Rosa, 20 anos

  • Leticia de Melo Nunes

  • Murilo Gomes Louro Benite, 15 anos, estudante

  • Samuel Silva Felix

Além, é claro dos dois atiradores.


Na verificação da polícia dentro da escola, os policiais encontraram os corpos das vítimas e dos dois atiradores. Junto deles foram encontrados:


  • um revólver 38;

  • quatro jet luders, que são plásticos para recarregamento de arma;

  • uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal);

  • um arco e flecha tradicional;

  • garrafas que aparentam ser coquetéis molotov;

  • um dos autores do ataque tinha uma espécie de machado na cintura.

  • há ainda uma mala com fios.

O esquadrão antibombas foi chamado e não encontrou material explosivo no local.


Fotos do Facebook de um dos assassinos da escola de Suzano.

Os relatos dos estudantes é assustador, o aluno de 15 anos Rosni Marcelo Grotliwed conta que o ataque aconteceu durante o intervalo e a intenção era atingir o maior número possível de vítimas, ele disse ao G1:


A gente estava na merenda e comendo normal e escutamos 'três pipocos' nisso tentamos correr para pular o muro do CEL. Os caras vieram atrás de nós e começou a matar muita gente. Mas o pente dele descarregou e foi na hora que a gente correu.”


A merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes, de 54 anos, contou que ajudou a esconder 50 estudantes na cozinha, para o portal de notícias G1 ela disse:


Nós estávamos servindo merenda e aí começou os 'pipoco' e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão. Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico.”

O governador de São Paulo, João Doria, cancelou a agenda do dia e chegou à escola em um helicóptero. Em conversa com os repórteres que estavam aos bandos na porta da escola ele disse estar consternado e que aquela era a cena mais triste de toda a vida dele.


Imagens aereas dos fundos da escola no momento do incidente.

De acordo com as investigações que ocorreram pelas semanas seguintes, a polícia concluiu que o ataque foi planejado pelos assassinos.

Segundo o que se apurou nas investigações, além de Jorge, eles também planejavam matar mais uma pessoa, um eletricista vizinho de Luiz Henrique, que seria morto por este, pois haviam tido um desentendimento meses antes. Era uma espécie de pacto entre os dois criminosos, em que cada um mataria um desafeto antes do massacre na escola.


Uma hora e meia antes do ataque à escola, Luiz Henrique foi até a casa do vizinho. Ao encontrar o portão trancado, passou a chamá-lo insistentemente, mas o homem não atendeu e Luiz foi embora.


Os assassinos supostamente buscaram ajuda para planejar o atentando no Dogolachan, um imageboard, fórum onde todos os participantes são anônimos, também conhecido como chan. O fórum é conhecido por sua apologia ao terrorismo e à violência, com conteúdos pautados em intolerâncias às minorias e machismo.


Entre as motivações que levaram ao massacre estavam o bullying, isolamento social e o desejo de superar o massacre em uma escola de Columbine, nos Estados Unidos, pois queriam ser lembrados pela quantidade de mortes e armas. Tinham o pensamento de que faziam um “ato heroico”.


Guilherme e Luiz receberam dicas de como realizar o massacre e agradeceram em um fórum.

Um terceiro suspeito, que não participou do ato e esteve envolvido diretamente, afirmou que eles também tinham a intenção de realizarem estupros.


Policiais civis e peritos da Polícia Técnico-Científica foram às casas dos assassinos, que eram amigos de infância e moravam a pouco mais de 1 quilômetro de distância do colégio.

Guilherme foi criado pela avó, que morreu cerca de três meses antes do massacre. Luiz vivia com os pais, um irmão mais velho e o avô. Ele era jardineiro e trabalhava na Zona Leste de São Paulo.


Familiares e amigos aguardam por informações na entrada da Escola Estadual Raul Brasil em Suzano.

A tragédia ganhou notoriedade na imprensa nacional e chamou a atenção também da imprensa internacional, sendo veiculada em jornais como BBC News, Le Figaro, Focus, El País, The Guardian, entre outros. Parte da imprensa repercutiu também o fato do presidente Jair Bolsonaro não ter se pronunciado publicamente sobre a tragédia tão logo as informações se confirmavam, fazendo-o apenas 6 horas após o ocorrido, via Twitter. A postagem por meio de seu perfil na rede social veio após pronunciamentos de ministros de estados e do vice-presidente Hamilton Mourão.



 

Então gente, eu confesso que esse episódio foi bem difícil de fazer viu, é um caso recente e eu me lembro muito bem o que eu estava fazendo quando vi as notícias que mostravam a escola ao vivo durante a manhã.


Eu sou biomédica e no dia 13 de março eu estava no meu estágio obrigatório em um hospital da cidade em que eu moro, São Caetano do Sul, eu acho que não tem como eu esquecer deste dia porque foi um dia depois do meu aniversário.


Eu tinha ido beber água na recepção do laboratório desse hospital e a televisão estava ligada no programa da Ana Maria Braga quando foi interrompido para o jornalismo dar a noticia ao vivo do que estava acontecendo. De repente todos os pacientes e funcionários estavam com os olhos vidrados para a tela e sem acreditar no que estava acontecendo… Uma das técnicas de enfermagem do hospital ficou desesperada porque um dos filhos dela estudava na escola Raul Brasil.


Nos dias seguintes só se falava disso em quase todos os programas de TV, tanto em canais abertos quanto nos fechados. Mas assim como no caso da Escola Base as vezes a mídia tende a ser muito tendenciosa e demoniza os perpetradores, não que eu esteja aliviando o que eles fizeram, jamais, mas o assunto deveria ter sido tradado com mais zelo e com menos circo midiático, afinal é sobre jovens que estamos falando.


O que será que aconteceu na vida dos dois para que eles chegassem nesse ponto de sentir a necessidade de acabar com a vida de outros jovens? A internet tem culpa? Os pais têm culpa? Quem tem culpa??? Não cabe a nós culpar ninguém… cabe a nós identificar e ESCUTAR os jovens, ENTENDER o que se passa na mente deles e GUIAR eles da melhor forma, sem criticar. Acompanhamento psicológico precoce poderia ter evitado essa tragédia?


Essa pergunta eu deixo para vocês. Existe uma resposta para ela? Eu não sei, mas poderia ser diferente.


E assim eu encerro o episódio de hoje, deixando essa pulguinha na orelha de vocês, observem mais os jovens que estão ao seu redor… ofereça-se para escutar o que eles tem a dizer. Não custa nada, a bondade com o próximo é de graça.


Obrigada por escutarem até aqui meus seiters queridos!!! Espero que vocês tenham gostado desse episódio. Não deixem de ir lá no instagram @sextadeseitas seguir e curtir as fotos e qualquer coisa me mandem um e-mail que tá na descrição do episódio.


Um beijo e até a semana que vem!!




 

Fontes utilizadas neste episódio:

Imagens:

(Fontes: AGIF / Estadão Conteúdo / G1 / Reprodução Facebook / Hypeness)



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